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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

[Livro] A Libélula Presa no Âmbar, de Diana Gabaldon

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Título em Português:A Libélula Presa no Âmbar
Série: Outlander #2
Autor(a): Diana Gabaldon
Editora: Casa das Letras
Páginas: 1001
Data de Publicação: Julho de 2011

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Sinopse:
Durante vinte anos Claire Randall manteve o seu segredo. Mas agora, de férias nas majestosas e misteriosas Highlands, Claire planeia revelar à sua filha uma verdade tão impressionante como os acontecimentos que lhe deram origem: o mistério de um antigo círculo de pedras, um amor que transcende os limites do tempo e a verdadeira identidade de James Fraser, um guerreiro escocês cuja valentia levou uma Claire ainda jovem da segurança do seu século de vida para os perigos de um outro tempo.
Mas um legado de sangue e desejo vai testar Brianna, a sua bela filha. A fascinante viagem de Claire vai continuar em Paris, ao lado de Carlos Stuart, na corte intriguista de Luís XV. Jamie tem de ajudar o príncipe a formar alianças que o apoiem na reconquista do trono da Inglaterra. Claire, no entanto, sabe que a rebelião está fadada ao insucesso. A tentativa de devolver o Reino aos católicos resultará num banho de sangue que ficará conhecido como a Batalha de Culloden, e deixará os clãs escoceses em ruínas. No meio das intrigas da corte parisiense, Claire enfrenta novamente um velho rival, tenta impedir o morticínio cruel e salvar a vida do homem que ama.


Opinião:
Em primeiro lugar, devo referir que, ao contrário do primeiro livro, este difere um pouco da série – no bom sentido, a meu ver. O livro foca-se em duas partes distintas: Jamie e Claire em França, no século XVIII, e Claire e Brianna, na Escócia, no século XX. Gostei imenso de ler as aventuras de Claire e Jamie em França, e este livro conseguiu levar-me às lágrimas em algumas partes e devo dizer que está tão bem escrito que as emoções que as personagens sentem, também nós, os leitores, conseguimos sentir.

Sinceramente, é tão difícil escrever uma crítica destas sem fazer spoilers demasiado grandes que possam estragar a vossa leitura... Para os que viram a série primeiro, como eu, a maior parte do que se passa em França está retratado quase de forma igual, mas garanto-vos que isso não torna a leitura aborrecida, de maneira nenhuma.

Jamie foi obrigado a fugir da Escócia e acaba por ir viver em França com a Claire, como negociante de bebidas alcoólicas, um cargo oferecido pelo seu primo, Jared, em troca de casa em Paris. Aqui, o casal vai tentar, em continuação com os acontecimentos do primeiro livro, impedir que a batalha de Culloden ocorra, salvando assim a vida de milhares de escoceses (e também britânicos, admitamos). Com a fachada de jacobitas, Jamie e Claire vão descobrindo os planos do príncipe Charles Stuart e é nesta altura que o casal conhece Fergus, um jovem carteirista que nasceu num bordel em Paris. Fergus, cujo nome original era Claudel, foi renomeado e posto ao serviço dos Fraser em troca de cama e comida. Este pequeno ajudante torna-se imediatamente parte da família e é com gosto que acompanhamos a sua evolução. Apesar das tentativas de sabotagem, Charles Stuart consegue criar um exército e levar os seus súbitos escoceses para a guerra pelo trono da Escócia.

Ainda em Paris, reencontramos uma personagem marcante do livro anterior: Jonathan Wolverton Randall (Black Jack Randall). Todos os momentos que envolvem esta personagem tornam-se marcantes pelas implicações que acarreta. Tanto Jamie como Claire pensavam que ele estaria morto, até ele aparecer na corte francesa. E a partir desse momento, Jamie fica contente por poder exercer a sua vingança contra ele mas, a pedido de Claire e a muito custo, Jamie promete a Claire que não o matará até ao ano seguinte, pois se o fizer, Frank Randall não poderá existir – e ainda que o amor da vida de Claire seja Jamie, ela não consegue deixar a ideia de Frank, um homem inocente que ela em tempos amou, morrer – ou melhor, nunca existir. Não vamos sequer pensar nos paradoxos temporais que estes livros acarretam pois, se o fizermos, nunca os aproveitaremos verdadeiramente.

Durante a estadia em Paris, Claire está grávida e isso traz grande felicidade ao casal, unindo-os ainda mais. Menciono isto porque acaba por ser algo muito importante mais para a frente, mas não quero estragar a história tão forte que se forma à volta desta criança.

Enquanto Jamie anda com o príncipe e os Jacobitas, Claire decide trabalhar no Hospital dos Anjos e, ao perceberem que ela sabe verdadeiramente o faz, as irmãs e os voluntários que trabalham ao seu lado ganham-lhe respeito. Ela forma laços de amizade com a madre superior, Madre Hildegarde. Esta torna-se uma amiga presente e bastante séria, e posso dizer-vos que é uma amizade que muito duradoura.

Claire também forma amizades com mulheres da corte francesa e torna-se próxima de Louise de La Tour, que acaba por ter um caso com Charles Stuart (e eventualmente fica grávida deste). Apesar de superficial, Louise é uma boa amiga e apoia Claire, e é ela que a apresenta a uma jovem inglesa muito assustadiça, Mary Hawkins. É importante referir que Mary Hawkins, segundo a genealogia realizada por Frank Randall no primeiro livro, é a mulher de Black Jack Randall e, por isso, antepassada de Frank. Claire e Mary ficam amigas, e esta descobre que Mary está apaixonada por Alexander Randall, irmão de Jonathan Randall, o que, podem imaginar, vem complicar um pouco as coisas.

Entre intrigas na corte francesa, Claire e Jamie conhecem o Conde de St.Germain e este dificulta-lhes a vida, principalmente a Claire. Numa visita a um boticário, Claire conhece o Sr. Raymond, um boticário que teria algo de mágico e que é uma personagem incrível, talvez a minha favorita, ao lado da Madre Hildegarde, das personagens francesas. Raymond torna-se um amigo e quase um confidente de Claire e, adoravelmente, chama-lhe Madonna, por uma razão que eu achei muito querida e, sinceramente, bem explicada.

Claire e Jamie passam um mau bocado (e eu não vou dizer o que se passa para que vocês sintam tudo como uma novidade ao lerem o livro), e acabam por voltar para a Escócia ao lado de Charles Stuart, tentando aqui que ele ganhe a batalha de Culloden e, quem sabe, a guerra. E é antes da batalha de Culloden que Claire e Jamie se separam. Claire volta atrás do círculo de pedras em Craigh na Dun e despede-se de vez de Jamie. Uma despedida muito emocional, pois tanto Claire como Jamie pensam que ele vai morrer na guerra e que este adeus é definitivo.

E voltamos ao século XX. Claire decide levar Brianna à Escócia pela primeira vez, com o intuito de contar à sua filha quem o seu verdadeiro pai é – e já agora, descobrir o que aconteceu aos seus amigos e a Jamie. E é aqui que a coisa se torna interessante. Como aluna de História e entusiasta de pesquisas, gostei imenso de ver desenrolar a informação que Claire e Brianna, com a ajuda do jovem historiador Roger Wakefield MacKenzie, filho adoptivo do Reverendo Wakefield, e que já tínhamos conhecido no primeiro livro, vão encontrando, e como as suas pesquisas tanto no campo como em arquivos históricos deram frutos. Brianna e Roger dão-se muito bem e vê-se claramente um romance a começar.

Mas o mais importante é o que descobrem, principalmente sobre Jamie, claro, mas também sobre Geillis Duncan, a mulher que tinha sido acusada de bruxaria no primeiro livro e que tinha salvo a vida a Claire do mesmo destino (morrer na fogueira), e que lhe tinha dito vir também do século XX. Claire descobre Geillis no preciso momento em que esta atravessa as pedras de Craigh na Dun e é a partir desse instante que tanto Roger como Brianna têm a certeza que Claire não inventou toda a história que lhes conta sobre quem era Jamie. Brianna empenha-se em descobrir mais sobre o pai biológico Que cliffhanger, não é?

Devo dizer que achei este livro até um pouco melhor que o primeiro. Apesar de enorme, o livro não me aborreceu e manteve um passo rápido e interessante durante toda a narrativa. As personagens prenderam-me e faziam-me sentir conectada com tudo o que se passava à volta delas. A escrita é fácil de seguir e a história tem de tudo, desde romance e aventura, a mistério e traições, e a escândalos e viagens que nos transportam pelo imaginário de Diana Gabaldon. É uma série a seguir.




Outlander: Nas asas do tempo (Outlander #1) (Joana)

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